A Rússia vetou, esta quarta-feira, no conselho de Segurança das Nações Unidas, um projeto de resolução que pretendia reconhecer como “genocídio” o massacre de julho de 1995 em Srebrenica , na Bósnia-Herzegovina.
O texto, apresentado pelo Reino Unido, foi considerado contraproducente pelo embaixador russo na ONU.
“A aprovação desta resolução, no Conselho de Segurança, seria contraproducente e levaria a uma maior tensão na região”, garantiu Vitaly Churkin.
O Presidente sérvio, Tomislav Nikolic, considerou o veto da Rússia como “um grande dia para a Sérvia” pois acredita que a resolução iria “estigmatizar todo o povo sérvio”.
A votação, nas Nações Unidas, acontece a poucos dias das cerimónias do 20º aniversário da morte de cerca de 8000 homens e rapazes muçulmanos, em idade de combater, depois da conquista do enclave pelas forças sérvias, na fase final do conflito na Bósnia-Herzegovina.
Milhares de pessoas juntaram-se aos sobreviventes do massacre e recriaram o caminho que lhes permitiu fugir. O veto da resolução não foi entendido pelos sobreviventes.
“É evidente que o genocídio ocorreu de uma forma sistemática. Foi um assassinato sistemático de milhares e milhares de pessoas e a deportação de um determinado grupo étnico, numa determinada área. É claro que isso se enquadra na definição de genocídio e se nós não pudermos apoiar isso então, honestamente, não percebo qual é o objetivo das Nações Unidas e desse género de organizações”, desabafa uma sobrevivente, Adisada Dudic.
No sábado a Bósnia recorda os milhares de mortos durante o Massacre de Srebrenica, a maior atrocidade na Europa desde o Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial.
Espera-se que milhares de pessoas assistam às cerimónias que incluem o funeral de 136 vítimas, identificadas recentemente.
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