O presidente da Síria não confirmou o fato de os complexos russos terem chegado ao destinatário. Limitou-se a traçar um quadro geral da colaboração com a Rússia no âmbito dos contratos vigentes. Moscou respeita os convênios anteriores, frisou Assad.
 “Travamos as conversações com a Rússia sobre o fornecimento de vários tipos de armas durante muitos anos e ela demonstra apego de cumprir estes contratos. Os acordos bilaterais serão realizados, tendo sido implementados já alguns outros. Vamos continuar a respeitar os acordos assinados”.
 Peritos militares afirmam que tais sistemas complexos como o S-300 não podem ser fornecidos e instalados com muita facilidade. Tal fato não podia passar despercebido ou ficar camuflado. Para a aprendizagem do pessoal de serviço serão necessários, ao menos, seis meses. Caso contrário, os sistemas deverão ser guiados por oficiais da Rússia.
 Ambos os fatores não podem escapar à vista dos serviços de reconhecimento e de inteligência dos países limítrofes. Se os S-330 fossem fornecidos, a reação seria muito mais dura do que agora.
 Entretanto, o titular da pasta diplomática russa, Serguei Lavrov, apontou em Moscou, em 31 de maio, para uma ameaça maior da parte da oposição, ou seja, para a progressiva acumulação de armas químicas a fim de serem utilizadas em operações militares.
 Uma prova disso foi a detenção, a 30 de maio, por forças de segurança turca, de 12 pessoas do grupo Jabhat al-Nusra (Frente al-Nusra), próximo da Al-Qaeda. Aos extremistas detidos na zona da fronteira foram apreendidos recipientes com 2 kg da substancia tóxica Sarin que atua essencialmente sobre o sistema nervoso. Dois quilos deste gás serão suficientes para atingir centenas de milhares de pessoas.
 Serguei Lavrov apelou, em 31 de maio, para que fossem estudadas co atenção as notícias sobre as armas químicas de aniquilamento em massa, supostamente na posse da oposição síria.
 “Esperamos que os colegas da Turquia nos apresentem, rapidamente e em pleno volume, as informações em primeira mão sobre a situação criada. A situação é séria demais para certas forças prosseguirem com o jogo perigoso de armas químicas. É preciso investigar os incidentes relacionados com seu eventual emprego”.
 Lembre-se que os rebeldes empregaram armas químicas em março de 2013, nos arredores de Aleppo, tendo matado 16 pessoas, a maior parte dos quais – habitantes locais. Estabeleceu-se que no ataque havia sido utilizado o gás Sarin.
 O CS da ONU resolveu, em 31 de maio, incluir o grupo Jabhat al-Nusra na lista de organizações terroristas. A decisão foi aprovada por unanimidade, tendo sido apoiada por 15 membros do CS. Em abril do ano corrente, o líder da filial iraquiana da Al-Qaeda, Abu Bakr al-Baghdadi, anunciou que o Jabhat al-Nusra era uma célula desta rede terrorista internacional.
 Sob este pano de fundo, a convocação de nova conferência de Genebra para a normalização na Síria se torna mais urgente. Moscou e Washington declararam que os altos funcionários do Departamento de Estado terão, a 5 de junho em Genebra, uma reunião com seus colegas russos e representantes da ONU a fim de debater os preparativos para a Genebra-2.
 Mas os problemas têm sido tantos que, pelos vistos, a conferência não será convocada na primeira quinzena de junho, como foi previsto antes, devendo ser adiada para os meses seguintes. A Informação é da Vóz da Rússia, do (PORTAL RJNEWS)