quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

(A TRAGÉDIA SE REPETE) Chuva arrasa região serrana do Rio e deixa ao menos 335 mortos

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Cidades da região serrana do Rio de Janeiro foram devastadas por fortes chuvas que caíram entre terça e quarta-feira, soterrando pessoas dentro de casa e transformando ruas em rios de lama e entulho. Ao menos 257 pessoas morreram em três municípios, segundo autoridades locais.


Pela imagem do Satélite, nóta-se nuvens pesadas sobre o Rio de Janeiro
Em Teresópolis, a cidade mais afetada, 130 pessoas morreram vítimas da tragédia. O município de Nova Friburgo também sofreu graves consequência com as fortes chuvas, com 107 mortes confirmadas, incluindo integrantes de uma equipe do Corpo de Bombeiros. Em Petrópolis, outras 20 pessoas também morreram.

A presidente Dilma Rousseff, que na quinta-feira fará um sobrevoo de helicóptero pela região, assinou uma medida provisória nesta quarta liberando 780 milhões de reais para a reconstrução das cidades atingidas.

Imagens de TV mostraram ruas tomadas pela água, carros e ônibus submersos, e várias casas soterradas pela lama que desmoronou de encostas nas cidades da região.

"É um estado de calamidade, é a maior catástrofe da história do município", lamentou o prefeito de Teresópolis, Jorge Mário, em entrevista à TV.

Um dos locais mais atingidos na cidade foi o bairro do Caleme, região humilde afastada do centro, onde uma represa da Cedae transbordou e provocou o soterramento de várias residências localizadas em encostas, disse uma testemunha à Reuters.

A casa do motorista Antônio Venâncio, de 53 anos, permaneceu de pé, mas foi invadida por água e lama. Ninguém da família ficou ferido, mas moradores vizinhos não tiveram a mesma sorte.

"Eu mesmo passei por seis corpos na minha rua. É uma tragédia enorme, o povo não sabe o que fazer diante de uma coisa horrível dessa", contou por telefone à Reuters. Depois da chuva que castigou o município durante toda a noite, o sol apareceu no início da tarde desta quarta, mas todo o comércio do centro permaneceu fechado. O clima na cidade era de luto, de acordo com outra moradora.


"Está tudo fechado, as pessoas não conseguiram chegar para trabalhar. A cidade está completamente abatida e triste com isso que está acontecendo", contou a dona-de-casa Janayna Sofia.
O governador Sérgio Cabral solicitou à Marinha que aeronaves fossem disponibilizadas para deslocamento de tropas e equipamentos para a região, uma vez que a principal estrada de acesso a Teresópolis ficou interrompida por diversas quedas de barreiras.

A forte chuva começou na noite de terça-feira e, de acordo com os bombeiros, choveu nas últimas horas na região serrana o equivalente ao previsto para um mês inteiro.

BOMBEIROS SOTERRADOS

Em Nova Friburgo, um prédio de três andares desabou e matou uma criança, um idoso e um bebê. Uma equipe do Corpo de Bombeiros também foi soterrada quando tentava realizar um salvamento.

"Infelizmente temos três bombeiros entre as vítima. Choveu muito forte e a situação está intensa", disse o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Pedro Machado. Há ainda um quarto bombeiro desaparecido.

Muitas pessoas ficaram ilhadas nas cidades devido ao alto nível das águas que cobriram ruas e avenidas. Vários bairros estão sem luz e telefone.
"A situação aqui em Friburgo é caótica. As pessoas estão sem poder se locomover. Está terrível, o Rio Bengala transbordou e várias pontes desabaram", disse um bombeiro da cidade à Reuters, que pediu para não ser identificado.  O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, foi à região serrana para prestar apoio e solidariedade aos moradores. Ele sobrevoou as cidades para acompanhar de perto os estragos provocados pela chuva.


"O quadro é triste e desesperador", avaliou.
As mortes no Rio acontecem um dia depois de fortes chuvas atingirem o Estado de São Paulo, deixando ao menos 13 mortos.
As chuvas no Sudeste já prejudicam a região desde meados de outubro do ano passado, com alto índice de mortos e feridos, principalmente em dezembro. Minas Gerais registrou 16 mortes em decorrência das chuvas desde novembro, enquanto o Espírito Santo divulgou cinco mortes, segundo as Defesas Civis Estaduais.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

(VIOLÊNCIA URBANA)Tráfico volta ao Complexo do Alemão, diz Exército

Após assassinatos por supostas represálias à ocupação, documento da inteligência aponta retorno de criminosos à comunidade                                                                                                                            A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga pelo menos dois assassinatos que seriam represálias do tráfico de drogas na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na zona norte, mesmo após a ocupação do conjunto de favelas pela Força de Pacificação, composta por paraquedistas do Exército e por policiais militares. Documentos confidenciais do Centro de Inteligência do Exército (CIE) também apontam que o tráfico de drogas voltou ao Complexo do Alemão.


A forma de atuação dos traficantes mudou, mas na Favela da Galinha um relatório aponta que homens armados mantêm uma boca de fumo itinerante. Para evitar prisões, o tráfico conta com alguns mototaxistas, que trabalham como olheiros. O documento do Exército aponta que em algumas bocas o usuário tem de dizer a senha ("onde estão os amigos?") para comprar entorpecentes.

As mortes dos dois moradores na Vila Cruzeiro, um baleado e outro a pauladas, também estão sendo investigadas pela polícia. "A parte baixa está ótima, mas na parte alta da favela alguns moradores contaram que houve cobrança do tráfico", disse um morador da Vila Cruzeiro.

Os relatórios do Exército mostram que o tráfico voltou em várias localidades do conjunto de favelas. Um informe aponta que uma boca de fumo funciona atrás do depósito de uma loja na localidade conhecida como Skol, na Favela da Fazendinha. Na mesma favela, nas localidades conhecidas como "Casinhas" e "Campo do Seu Zé", os traficantes também instalaram bocas de fumo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.A informação e da AG. ESTADO, DA (RJNEWS)

domingo, 9 de janeiro de 2011

(QUEIMA DE ARQUIVO) Testemunha-chave de investigação executada

Comerciante fuzilado em São Cristóvão, dia 29, era peça importante em inquérito que apura fraudes de R$ 23 milhões em licitações feitas pela prefeitura de Magé                               “Será investigada a possível relação da morte com as investigações realizadas”, afirma o subprocurador do MP, Antônio José Campos Moreira.


Rio - Peça-chave na investigação do Ministério Público Estadual estadual sobre fraudes em dois contratos, que somam mais de R$ 23 milhões, de duas empresas com a Prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense, o comerciante Yacemir de Oliveira Fernandes, 34 anos, conhecido como Branco e Fernandes, foi executado dia 29 com tiro de fuzil, em São Cristóvão.


Para fechar o cerco aos assassinos, a Subprocuradoria-Geral de Justiça de Atribuição Originária Institucional e Judicial, do MP, envia amanhã os documentos sobre as investigações à Promotoria de Investigação Penal (PIP), que atua com a Divisão de Homicídios (DH) na apuração do assassinato.

O suposto esquema de corrupção na prefeitura começou a ser revelado por Yacemir e outras testemunhas ao MP em novembro. Em depoimento, ele revelou o medo de ser morto e contou que um dos investigados pela fraude havia dito que ele ‘iria virar defunto’. Mesmo assim, Yacemir não aceitou ser incluído no programa de proteção à testemunha, como foi proposto na ocasião pelo MP.

De acordo com os depoimentos de Yacemir e outras testemunhas, o empresário Fábio Figueiredo Morais, dono das empresas FFM Terra Locadora de Veículo Ltda e JM Terra Ltda, operaria na prefeitura em parceria com Anderson Cozzolino, irmão da prefeita Núbia Cozzolino, afastada do cargo por ordem judicial em setembro de 2009. Ela foi substituída por seu vice, Rozan Gomes, que pediu licença do cargo por 120 dias.

Atualmente, o comando da prefeitura está com Dinho Cozzolino (PMDB), que era presidente da Câmara de Vereadores. Em 2009, a FFM Terra Locadora de Veículos, que tem capital de R$ 100 mil, assinou contrato para fornecimento de máquinas por R$ 22,3 milhões durante um ano. Segundo as denúncias, a empresa não enviava o número de equipamentos contratados e não possuía o maquinário acordado em contrato.

Em 2010, a JM Terra foi contratada por R$ 917 mil, por só quatro meses, para pavimentar ruas em Magé. Porém, o serviço já havia sido executado em 2008, como consta nos procedimentos investigados, o que caracterizaria fraude. Segundo a DH, que apura a morte de Yacemir, ele já esteve preso.

Investigados por seis crimes

O prefeito licenciado de Magé, Rozan Gomes, o atual Anderson Cozzolino e o empresário Fábio Figueiredo Moraes são investigados por fraude em licitação, peculato, ameaça, constrangimento ilegal, formação de quadrilha e ameaça às testemunhas pelo Ministério Público do Estado. No depoimento prestado ao MP por Yacemir de Oliveira Fernandes, o Branco ou Fernandes, em 19 de novembro, ele informou que Fábio teria dito a um conhecido dele que ‘já havia passado da hora’.

No mesmo depoimento, Yacemir alegou ainda que ‘temia por sua vida e de sua família’, assim como pela segurança das outras testemunhas que estavam colaborando com as investigações do MP. No documento, ele afirmou ainda ter recebido informações de que Rozan havia dito que a morte dele já estava programada.

Novos depoimentos

A partir desta semana, novos depoimentos serão tomados na investigação sobre fraudes em licitações na prefeitura de Magé, pelo Ministério Público. Desde 2008, a administração municipal, na época comandada pela prefeita Núbia Cozzolino, enfrenta escândalos de corrupção.
Na ocasião, foi deflagrada a operação ‘Uniforme Fantasma’. Quatro quadrilhas foram acusadas de fraudar licitações em 6 prefeituras do Rio, em esquema de ONGs, entre elas a de Magé. O grupo era acusado de desviar R$ 100 milhões.

Dois integrantes da família Cozzolino, os irmãos Charles, ex-prefeito de Magé; e Núcia, secretária de Fazenda, tiveram prisão decretada. A então prefeita Núbia Cozzolino (PMDB) e o prefeito de Aperibé, Paulo Fernando Dias (PMDB), viraram alvos da investigação, suspeitos de receber propina de R$ 100 mil.A informação e do O DIA, DA (RJNEWS)

(O BICHO VAI TE PEGAR) Bope vai comprar tanque que derrubará qualquer obstáculo

Novo comandante promete trator-esteira que facilitará ocupações policiais nas favelas




Rio - Quando os blindados da Marinha passaram facilmente sobre as barricadas levantadas pelo tráfico na histórica ocupação dos complexos da Penha e do Alemão, em novembro, o novo comandante do Bope vislumbrou o que seria um dos maiores avanços nas futuras ações do batalhão. Foi a partir da bem-sucedida ocupação que o tenente-coronel René Alonso criou a Unidade de Engenharia de Demolição. O novo núcleo vai adquirir o primeiro ‘tanque de guerra’ da tropa de elite da PM: um trator-esteira capaz de passar sobre qualquer obstáculo como se fossem folhas de papel.


A novidade, que lembra os modelos usados pela Marinha, está sendo comemorada pelo comandante, já que vai permitir a entrada dos ‘caveiras’ em qualquer tipo de terreno, seja qual for a barreira que estiver à frente. Na cabine, que será blindada, um policial especializado em operar máquinas pesadas vai comandar a entrada da nova arma de guerra do Bope. No lugar de pneus, esteiras em formato triangular vão facilitar a movimentação do veículo.


“A cada operação, vemos que os criminosos constroem obstáculos diferentes. Os desafios são cada vez maiores. Então, vamos adquirir mais um trator, mas esse com capacidade maior, que tem uma esteira no lugar de pneus. Aquele da Marinha é carro de combate. Estamos optando por esse tipo, mas em formato de trator, que está em fase de aquisição. Vamos mostrar aos criminosos que não há engenharia que eles criem que impeça o processo de ocupação”, afirmou Alonso.

O novo núcleo, de Demolição, será responsável pelas mais importantes ações no processo de ocupação: a montagem dos contêineres que são as bases operacionais do Bope, a demolição e retirada de obstáculos. Para isso, a unidade vai operar com os ‘Transformers’ da frota do batalhão, que são as retroescavadeiras e tratores. Também serão adquiridos veículos menores, com maçaricos e britadeiras, além de mais um caminhão-prancha para o transporte das barreiras retiradas das favelas. A Unidade de Engenharia de Demolição também contará com policiais selecionados, que possuem conhecimento amplo em operações e são treinados para utilizar explosivos e operar esse tipo de máquina.

No planejamento do novo ‘01’ da tropa de elite para este ano, o principal foco será na instrução dos policiais. Os investimentos vão desde o aumento do número de cursos de formação — para dobrar o efetivo para 800 homens — até a ampliação do nível de especialização.

FOCO NA INSTRUÇÃO

Até o fim do ano, o tenente-coronel René pretende realizar 4 Cursos de Ações Táticas (CAT), dois a mais que nos anos anteriores, e formar, em média, 68 novos policiais por ano. Já os ‘caveiras’ dos núcleos especiais do Bope, como atiradores de elite, negociadores e de intervenções táticas, também vão voltar às salas de aulas.“Nosso grande desafio é a manutenção do conhecimento. Vamos incrementar os cursos de montanha, mergulho, intervenção tática, negociação e dos atiradores”, disse.

R$ 30 milhões para investir

O pacote de investimentos do Bope para os grandes eventos foi orçado em R$ 30 milhões e inclui, além da aquisição de novos veículos, a compra de armamento. Fuzis, com calibres e precisão maiores, e metralhadoras já serão empregados nas ações da unidade este ano. A lista ainda inclui novos modelos de coletes à prova de balas, além de tecnologia para análise e envio de dados em tempo real, durante ações.Com informação do O DIA, DO (RJNEWS)